O designer instrucional (DI) tem um papel decisivo na produção de conteúdo de qualidade para a educação a distância (EAD). Afinal, estamos falando do profissional responsável por escolher e desenvolver os formatos mais adequados para transmitir o conteúdo e o conhecimento aos alunos.
Para entender melhor, pense o trabalho do designer instrucional como o de um escultor. Ele recebe o conteúdo bruto das disciplinas e utiliza uma série de ferramentas pedagógicas para refiná-lo e moldá-lo.
No fim, o resultado pode incluir não apenas textos como também vídeos, infográficos, podcasts, games (ou um conjunto destes), entre outros formatos.
O mais importante para o designer instrucional, no entanto, não é o formato. Em vez disso, é garantir que o conteúdo seja acessível a ponto de gerar engajamento entre os alunos.
Nesse sentido, devido às características da EAD – onde o aluno tem autonomia para trilhar seu caminho de aprendizagem –, a interatividade é fundamental.
Qual é o fluxo de trabalho do designer instrucional
O fluxo de trabalho do DI começa após receber do professor um esboço do conteúdo a ser produzido. É hora, então, de lapidá-lo. O primeiro passo envolve escolher o formato ideal.
No caso de um vídeo, por exemplo, o planejamento é feito em um storyboard, onde é indicado como os conceitos trazidos pelo professor no material bruto serão representados por meio de imagens. E, se for necessário, quais outras técnicas serão utilizadas.
Além do diálogo com o professor para entender o conteúdo e suas necessidades, o designer instrucional mantém, na outra ponta, contato direto com o designer gráfico.
O instrucional orienta o designer gráfico – responsável, nesse caso, pela execução da ideia – sobre quais sentidos didáticos precisam ser transmitidos no vídeo.
“Nesse processo, este profissional é incumbido de garantir as relações pedagógicas do conteúdo, a lógica e o sentido das informações”, explica a designer instrucional da Sagah, Adriana Ferreira Cardoso.
Cada área do conhecimento tem suas especificidades durante a produção de conteúdo EAD. Mas a construção de uma unidade de aprendizagem pode levar até sessenta dias para ficar pronta. Isso se levarmos em conta desde o trabalho do professor conteudista, passado pelo designer instrucional, até a revisão final.
As competências e habilidades do designer instrucional
Para trabalhar como designer instrucional, é preciso ter um perfil multifacetado, com habilidades em diversas áreas. É necessário, por exemplo, exímio domínio da Língua Portuguesa para construir e revisar textos com desenvoltura. Já os conhecimentos em pedagogia ajudam na construção das trilhas de aprendizagem.
Familiaridade com novas tecnologias também é relevante. Ao produzir conteúdo para a EAD, é necessário unir objetivos pedagógicos às características do mundo digital. E, como se sabe, novas tecnologias educacionais e metodologias surgem com frequência. O uso de realidade aumentada e virtual no ensino e na aprendizagem é um bom exemplo dessa evolução.
“A inovação está o tempo todo presente. Isso possibilita que o designer instrucional explore diferentes objetos de aprendizagem e, consequentemente, o desafia a ser mais criativo e a se qualificar cada vez mais”, conta Cardoso, que é designer instrucional da Sagah há quatro anos.
Vale destacar, por fim, as habilidades socioemocionais, como a capacidade de comunicação. Isso porque o dia a dia do designer instrucional é colaborativo. Exigindo um diálogo constante e fluido com os professores, designers gráficos e revisores de conteúdo.
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